O que não te contam sobre Storytelling 

Fazer gráficos ruins é mais fácil do que se pensa. Ninguém quer isso, mas acontece. Historicamente não fomos treinamos, e nem nos atentamos, a contar histórias com números.  

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Neste artigo vamos entender a visão geral do storytelling. Além disso, como essa habilidade pode nos tornar mais acertivos em nossa comunicação?

Ao final trarei exemplos que podem ser bem úteis para auxiliar no entendimento dessa soft skill tão necessária para analistas, cientista de dados e outros profissionais que precisão da comunicação!

Por que é difícil criar história com números?

O que aprendemos ao longo do tempo foram duas matérias que não se conversavam. Na linguagem, o famoso português, aprendermos a criar narrativas. Tecer enredos, criar ápices (clímax) e dar aquela pitada de suspense nas histórias.  

Quer um exemplo? Você provavelmente conhece a história do chapeuzinho vermelho, ou uma versão dela. Nela temos os 3 elementos básicos de uma história: começo, meio e fim. 

As histórias não são lineares e isso que as torna interessantes. Por esse e outros motivos, nosso cérebro “guarda” a história. 

Mas… depois eu faço um adendo sobre isso. 

Por outro lado, na matemática lidamos com os números. Contudo, você conseguirá perceber que esses mundos dificilmente se encontram. 

Contar histórias com número vem se tornando uma habilidade muito importante no mundo dos dados.  

Com o passar do tempo o volume de dados vem aumentando juntamente com a complexidade das análises. Essa evolução foi suportada pela evolução tecnológica e com ela a vontade de analisá-los. 

O que simplifica também pode dificultar

Atualmente existem diversas ferramentas tais como o velho excel e as ferramentas selfservice BI.  O lado bom está foi democratizar tarefas que ficavam na mão de cientistas.  

E o lado não tão bom? Literalmente, qualquer pessoa pode criar visuais, gráficos, mesmo não tendo expertise no assunto. 

A ferramenta simplifica a vida, mas ela apenas irá criar os visuais. Quem vai criar e contar a história será você. 

A visualização de dados não se resume a criação de visuais. Ela é composta pela comunicação bem-sucedida com seu cliente. A história que você conta irá definir como seu cliente vai receber e reter a informação.  

Então como contar uma história com números? 

E sobre história com números? Storytelling

Iremos abordar diversas técnicas e boas práticas de vizualização de dados ao longo de outros posts, contudo, podemos tecer alguns comentários sobre o assunto.  

Como entender a demanda? 

Precisamos considerar o input para criar a história. Sendo assim, podemo verificar alguns fatores, tais como: 

  • Qual o contexto? 
  • Qual a demanda?  
  • Qual o público-alvo que receberá a informação? 
  • Qual o propósito do dash? 

Iremos discutir esse assunto em maiores detalhes no futuro. Agora suponha que você já definiu o passo anterior. Qual o próximo? Montar a história! 

Lógica do Storytelling

Como criar a história a partir do contexto? 

Agora se formos pensar em como criar uma história, podemos ter em mente outros parâmetros. Uma história é caracterizada por um início, meio e fim (Aristóteles e Platão). 

Contudo, isso foi ressignificado tempos depois como: preparação, conflito e solução. Vamos entender um pouco melhor essa ideia.  

“Mas… Juliana, como eu coloco isso na prática? Em BI por exemplo?” Já chego lá! Primeiramente, vamos entender os 3 atos que compõem a história. 

Etapas de criação do Storytelling

O primeiro ato, a preparação, conhecemos o nosso personagem, suas características e o mundo ao seu redor. A história é levada até um momento de decisão. Onde ele se encontra e um desafio!  

Neste ponto o personagem caminho ao ponto principal da história, o clímax! 

O segundo ato, o conflito, é a parte onde o personagem tenta resolver o conflito. Ele procura resolvê-los, mas se encontre em uma situação mais difícil. A este ponto é dado o nome de arco do personagem. 

Neste ponto, caso o personagem não tenha todas as ferramentas para superar o desafio ele terá de encontrá-las. Sejam elas quaisquer tipos de habilidades.  

Como isso pode te ajudar? Você conseguirá transmitir seus resultados contando eventos em uma história não linear que será absorvida pelo seu público. 

O terceiro e último ato, solução, todos (ou quase) os problemas da história são resolvidos. Neste ponto a solução do problema é posta na mesa culminando na resolução do desafio enfrentado anteriormente pelo personagem. 

Comparando fatos com histórias

Imagine se a história da cinderela fosse contada dessa forma: 

  • “Cinderela tinha 18 anos, duas irmãs e era empregada da casa de sua madastra.  
  • A fada torna cinderela princesa as 19:00 
  • Votou correndo as 00:01 do Baile  
  • Se casou com um príncipe no dia 10 de novembro as 10 da manhã.” 

Agora imagine a história da chapeuzinho vermelho da mesma forma: 

  • “Chapeuzinho (CV) andou 3k para chegar a casa de sua avó no dia 15.  
  • O lobo correu na frente e chegou as 10:00.  
  • O lobo comeu a vovó e colocou suas roupas. 
  • A CV entrou na casa as 11:00. 
  • CV fez perguntas ao lobo. O lobo come a CV 
  • O caçador abre a barriga do lobo as 11:10 e tira a vovó e CV. 

Parafraseando o livro de Storytelling que gosto muito, livro:”Storytelling com Dados”, “Quando colocamos apenas os fatos a história não fica tão interessante!” 

O ponto fundamental da história está no motivo de mudança da vida, seja da chapeuzinho vermelho, Cinderela, ou até mesmo o KPI da sua empresa. 

Traduzindo a história para BI 

Vamos falar de outros assuntos para compor uma ideia correta e completa de storytelling. Mas vamos ver esse exemplo aplicado a um cenário simplista de BI.  

Cenário: “Tivemos um aumento de 8.07% nas vendas do produto XYZ em relação ao mês anterior” 

Como poderíamos contar em formato de história? 

“No mês passado realizamos análise de dados de nossos principais produtos e verificamos um potencial não aproveitado no produto XYZ.

A partir daí iniciamos uma campanha de oferta para esse produto específico. Contudo, após uma semana não tivemos resultado satisfatório.

Sendo assim, observamos a necessidade de conscientização do nosso público. Então, criamos uma campanha de nutrição com nossos clientes a fim de conscientizá-los dos benefícios do produto.

As duas ações alinhadas resultaram em um aumento de 8.07% nas vendas pelo nosso site.” 

E ai? Fez diferença o Storytelling?

Consegue perceber a diferença neste exemplo bem simples? Vamos ver se todos os elementos da história, que citamos anteriormente, estão presentes? 

O primeiro ato – Prepação

Nosso personagem consiste na pessoa que analisa das vendas.

Temos o produto XYZ, como um coadjuvante, que foi identificado em uma análise de dados dos produtos da empresa.

O desafio? Aproveitar o potencial de vendas desse produto. 

Segundo ato – Conflito

Temos a tentativa de resolver o problema de aumento de vendas do produto. Contudo, a primeira abordagem não foi o suficiente.

Qual nova habilidade adquirida para resolver o problema? A nova habilidade está na criação da campanha de nutrição e conscientização dos clientes. 

Terceiro ato – Solução

O problema de aumento de vendas é resolvido com uma taxa de 8.07% para o produto XYZ. 

Considerações

Qual desses reports tem maior chances de permanecer na mente de seus clientes? Considerando que temos uma enxurrada de informações a todo momento?  

Se você gosta desse assunto vai ficar feliz em saber que teremos continuação. Temos muita coisa para entender. Alguns dos tópicos que serão abordados em próximos posts:  

  • Como ajustar a demanda de acordo com público-alvo? 
  • Qualquer visual (gráfico) serve? 
  • Técnicas de storytelling 
  • O que não fazer em um dash 

Todos eles e outros estarão aqui no site www.simplificandoredes.com. Até a próxima!

Juliana Mascarenhas

Data Scientist and Master in Computer Modeling by LNCC.
Computer Engineer

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